Uma empresa organizada em sua comunicação não quer guerra com ninguém

Visualize-se em um exemplo simples. Você vai a uma loja de calçados em busca de um tênis. Quando olha a vitrine se depara com uma quantidade enorme de botas, chinelos, sandálias, sapatos… Todos juntos e amontoados na mesma vitrine. A sensação é de que você está vendo tudo e nada ao mesmo tempo. O sentimento de caos é tão incômodo que a chance de você sair da loja sem comprar nada é enorme.

Mas por que a gente não tem essa sensação tão claustrofóbica quando visita lojas como a Nike? É a arquitetura de marca entrando em ação.

Se organizar, todo mundo compra.

A arquitetura de marca compreende organizar todos os produtos que você vende para que seu cliente possa visualizar tudo da forma mais clara e intuitiva possível. Se não há confusões no entendimento do que você oferece, a experiência do usuário em relação à marca é mais fluida e a conexão entre ele e o seu produto é mais efetiva.

Ela é desenvolvida como uma bússola, direcionando a relação entre diferentes marcas de uma empresa e garantindo que cada uma tenha um propósito claro. 

Se você busca fortalecer sua marca principal, ampliar os nichos do mercado com diferentes produtos e melhorar a compreensão do que você vende, organizar seus produtos pode ser um grande diferencial.

Mas como acontece na prática?

Dependendo do que você oferece e de como você apresenta seu produto, a hierarquia entre marca principal e submarcas pode ser trabalhada de diferentes formas.
A Apple, por exemplo, carrega uma fortíssima identidade com a sua maçã, que é aplicada em todos os seus produtos e serviços. Mesmo se houver algum produto com pouca saída, ele se beneficia da reputação de outro que é sucesso em vendas. Tanto a empresa quanto seus produtos compartilham o mesmo nome e visual, fortalecendo a identidade da marca principal. Esse tipo de hierarquia costuma ser chamada de marca monolítica.

iPhone e iPad carregam o nome e identidade da Apple, fortalecendo a identidade da marca principal.
Imagem: publicidade Apple


Já a Nestlé aposta na marca de endosso, em que seus produtos têm suas próprias identidades, mas carregam a aprovação da marca-mãe, uma gigante na produção de alimentos. Essas submarcas conseguem facilmente inspirar confiança e garantir qualidade. Dessa forma, elas podem atender diferentes segmentos do mercado retendo a força da marca-mãe.

Enquanto o Nescafé e o KitKat são reconhecidos por si mesmos, a marca Nestlé serve como um endosso de qualidade.
Imagem: publicidade Nestlé

Já a marca independente vai na contramão desse processo. As submarcas têm nomes diferentes, identidades visuais diferentes e propósitos diferentes. Elas operam de forma independente sem conexão visível com a marca-mãe. Muitas vezes ela não é nem mencionada.

A vantagem desse modelo de hierarquia permite que cada submarca possa atender a públicos e nichos completamente diferentes, sem impactar diretamente outras submarcas do mesmo grupo. Se houver uma exposição negativa, por exemplo, os demais produtos da empresa estarão protegidos.

Cada marca tem sua própria identidade e desenvolvimento, sem uma referência direta à Unilever em suas campanhas de marketing.
Imagem: publicidade Unilever

Uma arquitetura de marca de milhões

A Go Further, empresa de contabilidade e parceira da Somos Um, apostou no desdobramento da sua marca dentro da hierarquia monolítica, uma vez que seus produtos são interligados e apresentados ao cliente como um pacote de serviços. Assim, todas as suas submarcas têm características comuns à identidade visual da marca-mãe, não sendo possível dissociar os produtos com a marca principal, nem entre eles.

Marca principal da Go Further e todos os produtos oferecidos organizados em submarcas.
Imagens: Somos Um Estúdio

A Go Further passou por um grande reposicionamento de marca e, entre todas as necessidades da empresa, descrever melhor os serviços que eram oferecidos ao cliente era um dos pontos a sofrer transformação.

Eles precisavam ser mais claros na sua mensagem e estar mais alinhados às necessidades do seu público. Organizar todos os serviços realizados dentro do universo contábil a partir de nichos de interesse foi um ótimo ponto de partida para iniciar a arquitetura da marca.

Agora, o cliente pode analisar todo o conjunto de serviços que a Go Further oferece de forma rápida e intuitiva, escolhendo o que melhor se ajusta para a sua necessidade e possibilitando que sejam contratados outros serviços que até então eram desconhecidos por ele.

A arquitetura de marca também beneficiou as equipes internas da empresa. Os funcionários que estavam à frente da operação contábil conseguiram identificar e organizar os processos que realizavam na empresa e a equipe de vendas conseguiu melhor descrever quem é a Go Further para os possíveis compradores.

E o que eu ganho com isso?

A Go Further é um excelente exemplo de como a arquitetura de marca pode reforçar e ampliar a confiança na empresa. Veja outros benefícios que sua empresa pode agregar desenvolvendo arquitetura de marca aos seus produtos:

Eficiência na comunicação

Uma arquitetura clara permite que as mensagens certas cheguem aos públicos-alvo certos.

Fidelização do cliente

Ao manter uma experiência de marca consistente e coerente, os clientes ficam mais propensos a se manterem leais e a retornarem para futuras compras.

Riscos associados a crises

Uma arquitetura de marca sólida pode ajudar a isolar certos produtos ou serviços de crises que possam afetar outras áreas da empresa.

Inovação

Com uma estrutura clara, as empresas podem identificar lacunas em seu portfólio e buscar inovações específicas para preenchê-las.

Parcerias e colaborações

Uma marca bem estruturada pode atrair parceiros estratégicos, uma vez que sua proposta e valores são claramente compreendidos.

Valor de revenda

Se a empresa decidir vender uma de suas marcas ou produtos, uma arquitetura de marca clara e bem estabelecida pode aumentar seu valor no mercado.

Decisões estratégicas

A arquitetura serve como guia para tomadas de decisão, seja na expansão do negócio, no desenvolvimento de novos produtos ou na entrada em novos mercados.

Diferenciação no mercado

Em mercados saturados, uma arquitetura de marca bem definida ajuda a destacar a empresa da concorrência, posicionando-a de forma única.

Consistência nos padrões

Assegura que todos os pontos da marca, da embalagem até a publicidade, sejam consistentes e sigam padrões estabelecidos, criando uma experiência uniforme para o consumidor.

A arquitetura de marca, então, não se resume em uma simples organização de logotipos e nomes. Ela une os valores e o posicionamento da empresa, garantindo que, em cada interação com o produto, a mensagem seja bem comunicada.

Se você busca fortalecer a presença da sua empresa no mercado, construir uma forte arquitetura de marca através de um bom projeto de branding é essencial. Fica com essa dica! 😉